Aprendeu inicialmente ourivesaria e depois foi aprendiz de Andrea del Verrocchio entre 1467 e 1470 (época em que com ele estudava Leonardo da Vinci) .
Em 1470, abriu o seu próprio estúdio. Nesse ano, foi encarregado de pintar o quadro "A Coragem", que seria pendurado no Tribunal do Palácio do Mercado.
A Coragem
c.1470
Têmpera s/ madeira
167×87 cm
Uffizi, Florença
Uffizi, FlorenceDedicou boa parte da carreira às grandes famílias florentinas, especialmente os Médici, para os quais pintou retratos. Entre os quais:
-"Retrato de Giuliano de Medici" (1475 – 1476, Galeria Nacional de Arte, Washington, D.C.);
- "A adoração dos Magos" (1476 – 1477, Galeria Uffizi, Florença). O último rendeu-lhe a admiração e atenção da família Médici, que o colocou sob sua protecção e patronato.
Em 1472 ingressou na Companhia de São Lucas, uma fraternidade dedicada à caridade gerida por artistas. No ano seguinte, Botticelli foi chamado a Pisa, para pintar um fresco na catedral da cidade (obra essa, perdida pelo desgaste do tempo).
A Adoração dos Magos
c.1475
Têmpera s/ madeira
70,2×104,2 cm
Galleria gegli Uffizi, Florença
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2c/Sandro_Botticelli_009.jpg
Em 1481 esteve em Roma, para participar dos trabalhos na Capela Sistina, onde pintou os frescos "As Provações de Moisés"; "O Castigo dos Rebeldes" e "A Tentação de Cristo".
O Nascimento de Vénus
c. 1480
Têmpera s/ tela
172,5×278,5 cm
Galleria degli Uffizi, Florença
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f2/Sandro_Botticelli_046.jpg
Nesta obra, a deusa clássica Vênus emerge das águas em uma concha, sendo empurrada para a margem pelos Ventos D'oeste, símbolos das paixões espirituais, e recebendo, de uma Hora (as Horas eram as deusas das estações), uma manto bordado de flores. Alguns especialistas argumentam que a deusa nua não representaria a paixão terrena, carnal, e sim a paixão espiritual. Apresenta-se de forma similar a antigas estátuas de mármore, esguia e com longos membros e traços harmoniosos.
A sua arte foi influenciada por artistas importantes, como Fra Filippo Lippi e Antonio Pollaiuolo. Participou nos círculos intelectuais e artísticos da corte de Lourenço de Médici, recebendo a influência do neoplatonismo cristão lá presente, o qual pretendeu conciliar com as ideias clássicas.
Tal síntese expressa-se em "A Primavera" (1477) e "O Nascimento de Vénus" (1483), ambas realizadas sob encomenda para enfeitar uma residência dos Médici em Florença, na Itália. Até hoje não há consenso na interpretação dessas pinturas, embora se creia que Vénus pode ser vista como símbolo do amor tão cristão como pagão.
A Primavera
c. 1482
203×314 cm
Têmpera em madeira
Galleria degli Uffizi, Florença
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a2/Botticelli_Primavera.jpg
Esta obra foi encomendada por Médice para sua residência de verão, representa em seu centro Flora, a deusa romana da primavera. À sua esquerda está Clóris, a mesma deusa, só que desta vez dentre os gregos; além de Zéfiro, o vento do oeste, que se casou com Flora. Flora está ornamentada com vestimentas gloriosas típicas de mulheres casadas da época. Vale notar a semelhança dos rostos de Vênus, Palas Atenas e Primavera.
Nesta linha pagã, destacam-se também a série de quatro quadros Nastagio, Degli, Onesti (que se encontram no Museu do Prado, Madrid), produzidos em 1483, nos quais o artista recria uma das histórias do Decameron, de Boccaccio. Também pintou diversos quadros de temática religiosa, como "A Virgem Escrevendo O Magnificat]]" (1485); "A Virgem de Granada" (1487) e; "A Coroação da Virgem" (1490), todas expostas na Galeria Uffizi, e "Virgem com o Menino e Dois Santos" (1485), exposta no Staatliche Museen, em Berlim.
A Virgem Escrevendo “O Magnificat”
c. 1480-81
118×118 cm
Têmpera s/ madeira
Uffizi, Florença
Na temática religiosa destacam-se também: "São Sebastião" (1473 –1474, Staatliche Museen) e um fresco sobre Santo Agostinho (1480, Ognissanti, Florença).
Na década de 1490, quando os Médici foram expulsos de Florença, Botticelli passou por uma crise religiosa e tornou-se discípulo do monge beneditino Girolamo Savonarola, que pregava a austeridade e a reforma, mas Botticelli jamais deixou Florença.
Nessa nova fase destacam-se: "Pietà" (princípios da década de 1490, Museu Poldi Pezzoli, Milão); "A Natividade Mística" (década de 1490, National Gallery, Londres) e; "A Crucificação Mística" (c. 1496, Fogg Art Museum, Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos). Todos expressam intensa devoção religiosa e representam certo retrocesso no desenvolvimento de seu estilo.
A sua vida foi considerada tão singular que foi narrada na obra Vitæ ("As Vidas dos Artistas"), de Giorgio Vasari.
Botticelli morreu em Florença em 17 de maio de 1510, quando triunfava na Itália a estética do alto Renascimento, a que suas últimas obras não foram alheias, pois várias delas mostram um alargamento de escala e uma imponência típicos da nova fase.
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